É já no próximo mês que se ouvirá o sucessor de "Pocket Revolution" (2005), a ser editado com o nome "Vantage Point". Já há um primeiro clip para a música Slow, que conta com a participação de Karin Dreijer Andersson dos The Knife.
Come On! Feel The Illinoise! [Part I: The World's Columbian Exposition; Part II: Carl Sandburg Visits Me In a Dream] Chicago Sufjan Stevens, "(Come On Feel The) Illinoise" (2005)
As reacções vão sendo díspares, entre a adesão semi-completa e a semi-frustração. Primeiro consenso, trata-se de um "semi". Era um concerto que tinha tudo para dar certo, entre a nostalgia e a excitação. O primeiro problema tem de se colocar ao nível da organização. Um concerto de uma banda num registo intimista deve ser feito para gente sentada. Quanta gente achava que ia dançar ou fazer "mosh" a ouvir os de Bristol? Daí vem o segundo problema. Parece ser disparatado dizer que os Portishead não são os Xutos, mas a verdade é que o concerto começa e só muda a banda sonora. Gritos histéricos no fim de cada refrão de Glory Box parece parvoíce, palmas a compasso numa versão guitarra-baixo-voz de Wandering Star não parece bem e soam a absoluto desnexo quando batidas para acompanhar frases como «Can't anybody see/We've got a war to fight/Love will find our way/Regardless of what they say/How can it feel this wrong?(...)». E as 3.757 geringonças que foram filmando o início e as músicas mais conhecidas dos de Bristol? Foi o que aconteceu. Uma patetice. Terceiro problema: primeiro concerto da digressão. A setlist estava equilibrada, mas com possibilidades de melhoramentos e a banda, em especial Beth Gibbons, deu a ideia de estar demasiado compenetrada no material novo. Daí que os clássicos fossem aparecendo a separar os temas de "Third" e talvez isso mesmo explique o facto de Gibbons ter-se enganado em alguns dos "clássicos" - desafinação em Sour Times (e aquele feedback impressionante do retorno de Gibbons...), repetição da letra em Cowboys, entradas fora do tempo em Glory Box (este a meias com Adrian Utley). Parece então que o concerto foi terrível, não é? Mas não foi.
A coisa começou muito bem com Silence e Hunter, os dois primeiros temas de "Third", ao que se seguiu Mysterons. Perfeito. Depois veio, se a memória não falha, The Rip (que arrefeceu um pouco o ambiente da sala), ao que se lhe seguiu Glory Box e Numb. Depois uma tripla imbatível: Magic Doors, Wandering Star (um dos melhores momentos da noite, numa versão sem batida e com a substituição da melodia final do moog pela voz de Gibbons) e Machine Gun. Até ao final do set ainda se ouviu Over, Sour Times, Only You, Nylon Smile e Cowboys (talvez não por esta ordem), que terminou com um quase inaudível (pela força dos aplausos) pedido de desculpas de Gibbons. O encore foi demolidor: Threads pôs o Coliseu em sentido, em especial quando Gibbons a terminou em sonoro desespero, seguido desse pedaço de mitologia urbana que dá pelo nome de Roads e, para acabar, a hipnose de We Carry On, com Gibbons algures no início da plateia. Terá faltado All Mine, Half Day Closing ou Strangers? É um "talvez" irrelevante, até porque estas músicas perdem muito sem os sopros e/ou as cordas. Concluindo, foi um bom concerto que podia ter sido um enorme concerto, com culpas divididas entre a organização, o público e a própria banda. Uma óptima máquina a precisar de rodagem... Talvez já hoje Lisboa veja uns Portishead e público melhores.
[Eu já vos tinha dito que o Geoff Barrow é uma máquina?! Impressionante!]
Strangers, Portishead "Roseland NYC Live" (1998)
[E, antes que esqueça, obrigado, Joe, pelo bilhetinho mágico. És um compincha, "sócio"!]
Sei quem ela é: é, para começar, gira. É a actriz Zooey Deschannel e canta bem (melhor que aquilo que se lhe exigia!...), toca piano e banjo. Sei quem ele é: ele é um bom rapaz, firmado cantautor americano, toca as guitarras, faz vozes de acompanhamento e produz. Chama-se M. Ward. Juntos, ostentam o terrível nome She & Him. A sorte é que o disco de estreia da parceria, "Volume One" - sem ser uma coisa do outro mundo -, compensa bem tal mishappen, situando-se entre a pop, o folk e o country.
São os que completa, hoje, o Hot Club de Portugal. Este viveiro de música, nas vertentes de formação e espectáculos ao vivo, que teve Luis Villas-Boas como sócio fundador e seu principal impulsionador, comemora esta data com um concerto, hoje à noite, quando Mário Laginha e Maria João se juntam à Big Band do Hot Clube de Portugal (por aqui encontram a lista dos próximos concertos). Em comemoração, aqui fica uma série de gravações (com a ajuda do sempre maravilhoso jazz-on-line) cujo denominador comum é o ano de gravação: 1948.
Os The Astonishing Urbana Fall (TAUF) - provavelmente, o nome mais foneticamente porreiro de sempre da música portuguesa - formaram-se em Barcelos em 1995, sendo um dos impulsionadores daquilo a que qualquer crítico musical gostaria de chamar a "cena de Barcelos" dos anos seguintes - onde também pontificaram, entre outros, os (entretanto extintos) Kafka. No entanto, apenas na segunda metade de 2006 os excelentes músicos dos Urbana Fall viram a luz de um primeiro long play, pela etiqueta Bor Land, e já com o actual nome La La La Ressonance, "Palisade". Aqui ficam três fantásticos temas desse disco:
[Por falar em Bor Land, a editora disponibiliza o download gratuito de uma compilação (2005) de talentos da casa, como Old Jerusalem, TAUF, Carlos Bica, Alla Pollaca, München, Ölga, Kafka ou Alexandre Soares & Jorge Coelho, entre outros.]
Este é um outro vídeo sem vídeo... Aqui fica a descrição colocada no You Tube:
«The video was made without film cameras - it consists of over 5,000 still photographs shot on Nikon D30s. There are no special effects; all of the light trails were created by hand, with up to eight individual "light animators" flashing LEDs and flashlights on and off over a long (8 second) shot exposure.»
Pull Me Out Alive, Kaki King "Dreaming of Revenge" (2008)
Uma música impressionante e um excelente vídeo. Segundo consta, o realizador do vídeo abaixo, Matt Amato, chegou a Eau Claire, Wisconsin - terra de Justin Vernon (a.k.a. Bon Iver) - num serão frio de final de Janeiro, para a realização de um clip musical. Enquanto discutiam os pormenores desse projecto e de outros, anteriores e futuros, Amato recebe um telefonema que lhe revela a morte de um amigo. Sem saber muito bem o que fazer, o rapaz decide ficar aquela noite no Wisconsin para recuperar do espanto. No dia seguinte, Amato leu a letra da música Wolves (Act I & II) e achou que eram as precisas palavras que (se) lhe prendiam (n)a traqueia. No mesmo dia, decidem fazer uma enorme fogueira e deixar a câmara a filmar.
...está também confirmado, desde há uns dias, a presença de outro Velvet Underground, John Cale. Dois concertos: 16 de Maio, na Casa das Artes de Famalicão; no dia seguinte, Cale actuará no Centro de Artes e Espectáculo de Portalegre. Aqui fica a brilhante versão adulterada do original de Cohen, que serviu de antecâmara para o monumento de Buckley.
11 anos depois do último de originais, 11 depois da sede de se ouvir qualquer coisa nova vinda dos de Bristol. Como primeira impressão diga-se que não há singles mais fáceis em "Third": não há Glory Box, Roads, OnlyYou, All Mine, etc. A veia jazzy rende-se ao experimentalismo, num disco que até começa em português (do Brasil), na espiral dramática de nome Silence. A ouvir e a dissecar, pelas variadas opções curiosas e pontos de interesse que uma avaliação prematura não consegue absorver.
Hoje, no You Tube (link na barra lateral), é o dia Sigur Rós: toda a primeira página do estaminé é constituído por vídeos da banda islandesa. O canal da banda naquele site de partilha fez o upload do filme "Heima" (sim, todo!) e disponibilizou-o ali. Aqui fica o documentário:
Max Bruch foi um compositor romântico alemão que, entre outras obras, compôs três concertos para violino (o primeiro é o mais célebre, ao que parece). O primeiro para violino de Bruch é inspirado no trabalho que Mendelssohn Bartholdy (Mendelssohn, para os amigos) havia feito para o seu concerto n.º 1 para violino, dois concertos que fazem parte do repertório de qualquer violinista que se preze. É corriqueiro, até, que os dois concertos sejam tocados no mesmo espectáculo. O "Concerto n.º 1 para Violino em Sol menor, Op. 26" de Bruch foi acabado de compor nos inícios de 1866, sendo a sua primeira performance conduzida pelo próprio compositor, em 24.04 daquele ano. Esta obra é de uma beleza extraordinária, acessível e altamente recomendável, e não foge às regras básicas dos concertos clássicos: 3 andamentos, em que o inicial é rápido, o do meio mais lento, acelerando outra vez no andamento final. Fique-se com a performance da coisa por Maxim Vengerov - circa 1993 - com a Leipzig Gewandhaus Orchestra, conduzida por Kurt Masur (em ficheiros áudio).
Em vídeo, podem também observar a versão de 2002 de Gil Shaham com a Orquestra Filarmónica de Israel (mais fraquita que a de cima, acho), conduzida por Dan Ettinger.
[Para ler/ouvir/ver coisas destas, mas por quem sabe, é favor carregar aqui.]
São de NY, mas lançaram em 2007 um disco apenas para o mercado europeu: "Tonight At The Arizona". A inspiração é completamente Dylan - a voz, em muitas canções, é pura colagem e o instrumental também ajuda... - mas têm um ou outro pormenor de interesse. A sua estreia discográfica, em registo long play, para o mercado americano está marcada para hoje, com um disco homónimo. A escolha do tasco recai sobre um tema que começa com Waits, para depois o juntar a Dylan, deixar Waits, juntar Dylan a uma banda de metais do Louisiana, que, no final, abandona Dylan... Confusos?!
Greatest Show On Earth, The Felice Brothers "The Felice Brothers" (2008)
Começa a ser assustadora a média de idades de alguns dos meus preferidos. Já descubro muitos deles sexagenários (quando não em decomposição...). É o caso de Lou Reed, que hoje completa a capicua dos seis. Parabéns, então, Prof. Doutor Reed!