Se os Blues começaram por ser uma música negra, que nasceu no Sul dos Estados Unidos, onde o racismo sempre foi mais exacerbado + Se esses negros que "trabalhavam" nessas explorações do Sul dos EUA provieram de África = os blues são, na sua raiz, africanos.
Prova disso é a música tradicional do Mali, cujo artista com mais renome se chamava Ali Ibrahim "Farka" Touré, que deixou o mundo em 6 de Março deste ano, com 67 anos e um cancro nos ossos - "Farka" foi a alcunha que os pais lhe puseram, que quer dizer, na sua língua natal, burro (o animal). Há, inegavelmente, na sua música, um ponto comum entre a música tradicional do seu país e os blues. Ouve-se ali uma espécie de John Lee Hooker, mas com uma lingua estranha, ora em dialectos africanos, ora em francês.
O último sopro de Farka, Savane, foi editado postumamente. Tem blues e até, pontualmente, um feel parecido ao reggae (ouça-se o tema-título do disco). Porreiríssimos os arranjos das vozes secundárias, verdadeiros cânticos africanos, enquanto que Ali Touré se apresenta com o seu timbre cavo, ora cantado, ora falado. Percussões excelentes, a marcar um ritmo africano lento. Ou seja: nota-se perfeitamente que é música que deriva directamente da tradição africana (algumas são mesmo tradicionais, arranjadas por Touré), mas parece que os blues andam sempre por ali.
Razão teria Scorsese quando identificou a música tradicional de Ali 'Farka' Touré como o "DNA dos blues"... Blues do deserto?
Yer Bounda Fara - Ali 'Farka' Touré
Soya - Ali 'Farka' Touré
Prova disso é a música tradicional do Mali, cujo artista com mais renome se chamava Ali Ibrahim "Farka" Touré, que deixou o mundo em 6 de Março deste ano, com 67 anos e um cancro nos ossos - "Farka" foi a alcunha que os pais lhe puseram, que quer dizer, na sua língua natal, burro (o animal). Há, inegavelmente, na sua música, um ponto comum entre a música tradicional do seu país e os blues. Ouve-se ali uma espécie de John Lee Hooker, mas com uma lingua estranha, ora em dialectos africanos, ora em francês.
O último sopro de Farka, Savane, foi editado postumamente. Tem blues e até, pontualmente, um feel parecido ao reggae (ouça-se o tema-título do disco). Porreiríssimos os arranjos das vozes secundárias, verdadeiros cânticos africanos, enquanto que Ali Touré se apresenta com o seu timbre cavo, ora cantado, ora falado. Percussões excelentes, a marcar um ritmo africano lento. Ou seja: nota-se perfeitamente que é música que deriva directamente da tradição africana (algumas são mesmo tradicionais, arranjadas por Touré), mas parece que os blues andam sempre por ali.
Razão teria Scorsese quando identificou a música tradicional de Ali 'Farka' Touré como o "DNA dos blues"... Blues do deserto?
Yer Bounda Fara - Ali 'Farka' Touré
Soya - Ali 'Farka' Touré
Etiquetas: 2006, Ali Farka Touré, Savane