10.10.06
3 pistas
É uma compilação da Antena 3 que saiu no ano passado, reunindo 11 bandas/artistas a solo, cada um com duas faixas. A ideia geral passou pela edição de um original e uma cover de cada banda, sendo que a gravação, como o próprio nome indica, não poderia/deveria exceder as 3 pistas.
Os Mesa optaram por voz, guitarra acústica e contra-baixo. E são eles que abrem o disco com o tema com muita passagem nas rádios Luz Vaga, do seu auto-intitulado, de 2003, cantado no original por Mónica Ferraz e Rui Reininho. A versão escolhida também já foi bastas vezes por aí ouvida: No One Knows dos Queens of The Stone Age. Muito bem, Senhores Mesa!
Os Blind Zero vêm logo a seguir com a versão interessante da April Skies, original dos The Jesus & Mary Chain, e About Now, de "A Way to Bleed Your Lover" (2003).
Uma das mais fantásticas bandas portuguesas, o Quinteto Tati, apresenta-se com a voz inconfundível do ENORME JP Simões, uma guitarrinha acústica e simples instrumentos de sopro, com um mínimo de percussão. A primeira é Uma Para o Caminho, do simplesmente fabuloso "Exílio" (2004). A versão que lhe segue é, para não variar, escolhida da discografia do Prof. Doutor Chico Buarque: Gota D'Água.
Depois dos desinteressantes Toranja (com a "Jorge-Palma-wanna-be-song" Carta e uma versão sem garra da visceral Chaga, dos defuntos Ornatos Violeta - sim, sem garra!... Do estilo, Chaga, versão parque de campismo, com lareirinha e tudo... Só faltam os escuteirinhos a bater palminhas ao som da música), vem o Legendary Tiger Man, Paulo Furtado, com Crawdad Hole (do "Fuck Chrismas, I Got The Blues" - 2003) e a mítica Route 66, de Bobby Troup, também já editada no último do LTM, "Masquerade". Como o próprio não precisa de muito mais que duas pistas, é Legendary Tiger Man. Ponto.
Depois, entram os Mão Morta, com Fado Canibal ("Corações Felpudos", 1990) e Kayatronic dos Corpo Diplomático, uma versão bem interessante.
Foi-me difícil entrar na onda spokenword dos 1 UIK Project e Melo D e Good Vibe não me aqueceram com as suas Boas Vibrações. Depois preparei-me para o choque: os Repórter Estrábico vinham aí. Surpreendeu-me pela acessibilidade, a versão de Charlie Don't Surf dos The Clash, e a comicidade de Segunda Pele foi bastante benvinda!
Depois, Jorge Cruz, um gajo que, visualmente, está entre um mosqueteiro e um jovem Filipe Mendes (a.k.a., Phil Mendrix, dos Ena Pá e Irmãos Catita). Adriana ("Sede" - 2004) é um bom tema jazz.
A seguir - e a finalizar -, os grandes Dead Combo, que também não precisam mais que duas, três pistas. Ribot, do "Vol. I" (2004) para começar e (o que valeu muito à participação dos senhores), finalmente, a gravação da já imprescindível nas actuações ao vivo, Temptation, do (Deus) Tom Waits.
Ao que parece, a ideia vai voltar, já em 23 deste mês, com o disco: "Acorda!", cujos lucros reverterão para o Serviço de Pediatria do I.P.O. de Lisboa, re-editando estes artistas e ainda mais, entre outros, Old Jerusalem, Nuno Prata (ex-Ornatos Violeta), Vicious 5 e München. A comprar, definitivamente.
Já a escolher, a escolher, foi entre os meus preferidos e outra que achei que fosse menos maçuda para se ouvir numa página da net. Assim e pela ordem que aparecem no disco:

Mesa - No One Knows*
Quinteto Tati - Gota d'Água*
Dead Combo - Temptation*

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