20.9.06
Andróide Paranóide
Cantar e rir beatamente ao mesmo tempo não é tarefa fácil!
Foi o que eu fiz no dia 26.07.2002, no Coliseu do Porto, durante mais de duas horas! Se acham que Radiohead não é razão que chegue, desdenhem...
Que concerto inacreditável!
Por isso, aqui vai a música, em formato vídeo. O pormenor que me chamou mais a atenção é o que se passa aí aos 4'45'' do vídeo e dura uns 10 a 15 segundos. A cara de felicidade beata de uma menina da plateia, que se apresenta a cantar a parte "Rain down/ Rain down/Come on rain down on me/ From a great height/From a great height..."!
Quando se pensa: «mas... aquela menina está cega!», o zoom abre e vê-se que aquela alegria é geral (os companheiros de fila também não conseguem parar de rir...). E aquela parte da música é triste como a noite!! Agora, imaginem aquela feliz beatitude... durante duas horas!!



Paranoid Android, Radiohead, O.K. Computer (1997)
Performance de 25.05.2003, no Shepherd's Bush Empire, Londres

O disco O.K. Computer "mudou" a minha vida (e tenho que agradecer ao "Estebes" sem Metafísica por isso). Eu era um "ressacado" do grunge, um rockeiro inveterado, e esta música tirou-me as "palas" da cabeça... Um admirável mundo novo. É, para mim, um dos melhores discos de sempre, sem dúvida. Do princípio ao fim, é uma obra prima. Nada se pode ali pôr ou tirar. E mais não digo... porque se começo a falar deste disco... nunca mais me calo!!

Para acabar, a mesma música, mas na versão do pianista jazz Brad Meldhau, no disco Largo (2002). Uma ENORME versão.

Brad Meldhau - Paranoid Android

Se alguém tiver qualquer experiência que ache que valha a pena contar sobre a música, o disco, a banda ou concertos da mesma, esteja à vontade para mandar um feedback
. Não custa nada. E é bem melhor que ter Testemunhas de Jeová à porta ou uma doença venérea, certo?!

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Olavo Lüpia, 20.9.06 | Referências |


5 Comments:


  • At 21 setembro, 2006 09:34, Anonymous Anónimo

    Então cá vai:

    alguns dias antes desse concerto de 2002 também participei da histeria colectiva que se viveu a sul no Coliseu de Lisboa com Thom Yorke e seus amigos.
    Este concerto ficou naturalmente na lista dos 5 melhores de sempre, de onde me lembro para sempre do coro ensurdecedor em Karma Police, para além do referido Paranoid Android, que alguém já comparou, com justiça, à versão indie e nineties do Bohemian Rapsody dos Queen...
    "Cruzo-me" frequentemente com este Ok Computer - ultimamente com o álbum a solo de Yorke, "Eraser", conforme prova junta:
    http://omaquinista.blogspot.com/2006/07/rias-mesmo.html

     
  • At 21 setembro, 2006 12:52, Blogger JC

    Posso afirmar mesmo que foi o melhor concerto da minha vida. Não foi, porém, o OK Computer, mas os própios Radiohead que mudaram uma série de coisas. Passou a haver de novo gente que tem sucesso escrevendo canções e não meras músicas, cujas letras não interessam nada. Acho que não havia nada assim no panorama musical (isto é para mim e não estou a falar de uma série de bandas de culto, patamar que os Radiohead ultrapassaram já, muito embora continuem a sê-lo) desde que os Pink Floyd (mais uma vez para mim) acabaram com o muito injustamente desprezado Final Cut. No final, pela rua Passos Manuel acima só se escutavam merecidos e sinceros epítetos de grandez ao que acabaramos de assistir, prefixados ou não do mais colorido vernáculo.
    Passado algum tempo, pude escutar também, em Guimarães, no festival de jazz, o Brad Meldhau a tocar a toca-la e foi quase como se todo o fantástico concerto que nos ofereceu fluísse para esse momento. Houve êxtase entre alguns cultores do género que não sabiam de quem era aquela música. E Brad voltou à carga, agora, no seu mais recente "The day is done" (outra maravilhosa canção, esta de Nick Drake), ao desconstruir "Knives Out". Sublimes momentos.

     
  • At 21 setembro, 2006 23:41, Blogger Sãozinha

    Sob pena de ser morta e estraçalhada num qualquer auto de fé, gosto dos Radiohead até ao OK Computer. E aprecio grandemente o Pablo Honey, que é um grande e honestíssimo disco de rock. Não farei assim parte da legião de fãs que pulula por aí em êxtase, apesar de reconhecer e compreender a grandeza de que todos falam. Assim sendo, e mesmo com graves problemas de som, foi com enorme satisfação que os ouvi este ano no Sziget, festival húngaro (antes desta festa que eles para lá andam a fazer agora). Vibrei mais quando foram tocados temas do The Bends, por exemplo.Talvez se tivesse ido a um concerto dos dois primeiros álbuns, diria que eram os concertos da minha vida.

     
  • At 22 setembro, 2006 12:58, Anonymous Anónimo

    Sãozinha: vais morrer.

     
  • At 26 setembro, 2006 01:48, Anonymous Anónimo

    Pois é meu querido, esta é uma daquelas que ensinam os ouvidos a chegar mais longe, a dar rodopios inimagináveis, a conhecer novas formas e cores. Também os meus ouvidos mudaram e cresceram com o OK Computer, e também eles se uniram ao resto dos sentidos em desvairada celebração nessa noite de Julho.
    Há pequenos recantos onde sabe sempre bem voltar. "Não se deve voltar ao sítio onde já se foi feliz"? Badamerda, usem-se e abusem-se os caminhos de alegria e da perfeição, gastem-se neles as solas dos sapatos. Eu não abdico do sorriso, eu não prescindo do encantamento. Beijos;)