"Worst Case Scenario" será reeditado em versão 'Deluxe' no início de Dezembro, contendo o documentário "Time Is The State Of My Jeans" - há trailers no canal da banda no YouTube.

Mais um disco de originais para Vic Chesnutt, acompanhado por membros dos Silver Mt. Zion (óptimo concerto em Leiria, há cerca de um ano) e Guy Picciotto, guitarrista dos Fugazi - reedição da colaboração cujos resultados se podem ouvir no disco "North Star Deserter", de 2007 .
Saiu em Setembro e chama-se "At The Cut".

Os Rain Machine de Kyp Malone (TV On The Radio) acabam de lançar o disco de estreia homónimo. E a primeira coisa que a banda faz é dizer-nos (à boa maneira nortenha): "vai dar sangue".


Give Blood, Rain Machine
"Rain Machine" (2009)

Não sei quem é este rapaz mongol com o nome Enkhjargal ('Epi'). A verdade é que há pessoas que tropeçam nestas coisas quando se começam a interessar pelos cantos guturais mongóis e tibetanos (khoomii) - havemos de voltar a isso em breve. Sei é que já (ou)vi este vídeo hoje umas 57 vezes e continuo impressionado.

O instrumento que ele segura é um violino morin khor (ou 'morin khuur', não sei bem) e a peça parece ter a denominação, depois de traduzida para o universal inglês, presumo, Mirage of Faraway.

No próximo sábado, o Fade In Festival de Leiria apresenta a sua última edição para o ano de 2009. Para o encerramento desta mostra de música itinerante que vai decorrendo há quase 10 anos na cidade do sempre concorrido Estádio Magalhães Pessoa, os amigos do Fade In guardaram-nos a performance da dupla visualmente peculiar Little Annie & Paul Wallfisch, que lançaram em 2008 o bem recomendável "When Good Things Happen To Bad Pianos", disco que marcará, por certo, o espectáculo.
A minha presença está marcada, na noite de Sábado, dia 14 de Novembro, num dos confortáveis assentos do Teatro Miguel Franco, em Leiria, pelas 22.00 horas.
Aqui fica a interpretação de If You Go Away, versão inglesa de Ne Me Quitte Pas, de Jacques Brel.

If You Go Away - Little Annie & Paul Wallfisch
"When Good Things Happen To Bad Pianos" (2008)

Não bastava aos Grizzly Bear terem um dos melhores discos do ano, tinham também de apresentar belíssimos vídeos. Dois casos.
O primeiro, mostrado ao mundo em Setembro, para While You Wait For The Others, foi realizado por Sean Pecknold (irmão de Robin, o vocalista dos Fleet Foxes, do qual já aqui se tinha mostrado outros trabalhos - ver marcador respectivo, em baixo).



O segundo, realizado por Allison Schulnik e disponibilizado no canal Youtube da banda na semana passada, oferece visão ao som de Ready, Able.

[Podem encontrar informação sobre a Associação 'Megafone 5', galerias de imagens e vídeos, e o download gratuito e directo dos 4 discos editados - dos cinco idealizados - do projecto musical Megafone no site aguardela.com, de onde foram, de resto, retiradas as músicas acima colocadas]

Só quem nunca ouviu - ou seja muito 'agreste' dos ouvidos - não se apercebeu que Nick Drake era um compositor de excepção.
Talvez não tão óbvio (e para não se perder de todo o fio do post anterior) é o facto de ter sido um guitarrista fabuloso.

Desde logo, foi um rapaz que muito explorou as diferentes afinações da guitarra, em especial nas denominadas 'afinações abertas' (traduzido do inglês 'open tunnings'), que são, no fundo - e para quem só pegou numa guitarra para bater na cabeça de um transeunte incauto -, aquelas que permitem a obtenção de um acorde sem o uso da mão esquerda, isto é, só com os golpes nas cordas por intervenção da mão direita(*). 'Aberta', lá está.

Mas não era apenas isso. Bem mais. 'O meu reino e um cavalo pela mão direita do homem' é o que me vem à cabeça dizer (**). Pense-se que o que Nick Drake está a fazer na guitarra é, já de si, difícil. Depois, reflicta-se(***) que essa coisa difícil é acompanhada pela voz do próprio.
Pois! Quando pensamos nestes elementos em simultâneo, a coisa fica tão linear como uma litografia de M.C. Escher...

Na 'demo' que colocamos abaixo - e que faz parte, juntamente com outro material de Drake raro, prévio ao disco de estreia de 1969 e não editado, do disco "Family Tree" (2007) -, é notória a dificuldade do nosso herói em tocar e cantar uma das suas excelentes composições, tanto que o homem se engana e até o ouvimos rir disso, no meio da gravação. Mas, incontornavelmente, herói que é herói recompõe-se e leva a tarefa até ao fim. Antes de o dia acabar.

(*) partindo do pressuposto que o guitarrista é destro, claro.
(**) eu não penso muito no que estou a escrever; e não me vem muita coisa à cabeça; e, quando vem, cerca de 90% é lixo... quer dizer, este tasco é de borla, sim?
(***) como sei que gostam bastante de reflectir, meti uma forma verbal reflexa no verbo reflectir, de modo a poderem reflectir enquanto reflectem.