3 discos, música intemporal, uma vasta legião de influenciados e seguidores. Qualquer desses discos é merecedor da classificação "10/10", se bem que, ainda assim, expresse a minha preferência por este "Five Leaves Left" e por "Pink Moon" (1972). De permeio, encontra-se o também excelente "Bryter Layter" (197o) - único gravado com uma verdadeira banda, onde se incluiam, entre outros, John Cale, tocando teclas e harpa).
É difícil escolher palavras para Nick Drake. Tinha uma voz fabulosa, era um compositor de mão cheia e um guitarrista excelente. A sua música encontra-se dentro do universo da folk tradicional britânica (pondo-o a par de Bert Jansch, por exemplo), não deixando, no entanto, de se mutar, por exemplo, em canções pop perfeitas (como Saturday Sun).
A verdade, no entanto, é que Nick Drake passou completamente despercebido enquanto foi vivo - a letra de Fruit Tree (link abaixo) é assustadora(mente bela), em relação a isso.
Os ambientes criados por Drake nas suas músicas mexem com o ouvinte e sugerem-lhe as mais variadas imagens, quase que dispensando a voz. Mas eis que ela aparece, quase sempre como um lamento, desconcertando o que resta de quem ouve - a título meramente exemplificativo, ouça-se River Man ou Day Is Done.
A melancolia e a depressão (Day Is Done), o bucolismo (The Thoughts Of Mary Jane), o romance falhado (Time Has Told Me) e a efemeridade da vida (Fruit Tree) são os estados de espírito dominantes das canções de "Five Leaves Left" - e de Drake, em geral.
O ponto de partida para as canções deste disco é sempre a guitarra acústica de Drake, ao que se lhe juntam o baixo de Danny Thompson, cordas, com arranjos de Robert Kirby, e a excelente percussão de Rocky Dzidzornu - ouça-se Three Hours e Cello Song.
A produção de Joe Boyd completa o quadro, dando um corpo sólido e coerente ao som de Drake.
Sempre relutante em actuar ao vivo, Drake ganhou também aversão a gravar discos depois do minimalismo (mais uma vez) incompreendido de "Pink Moon". Os seus problemas psiquiátricos foram tomando a sua vida por completo, deixando-o hospitalizado por diversas vezes.
Em 25 de Novembro de 1975, Drake morre aos 26 anos, ao que tudo indica devido a uma overdose de anti-depressivos. O mundo perdeu um dos seus compositores mais intrigantes e promissores.
Daí que, profecia-puxa-mito, este "Five Leaves Left" parecia absurdamente premonitor, tendo em conta os 5 anos que restaram entre a sua edição e a morte do "profeta", cumprindo-se, in totum, a profecia de Fruit Tree.
Misticismos à parte, o que realmente interessa dizer é que "Five Leaves Left" contém em si 10 músicas eternas. Ei-las, por ordem e das mais variadas maneiras possíveis:
Time Has Told Me
River Man
Three Hours
Way To Blue
Day Is Done
Cello Song
The Thoughts Of Mary Jane
Man In a Shed
Fruit Tree
Saturday Sun
(letras)
É difícil escolher palavras para Nick Drake. Tinha uma voz fabulosa, era um compositor de mão cheia e um guitarrista excelente. A sua música encontra-se dentro do universo da folk tradicional britânica (pondo-o a par de Bert Jansch, por exemplo), não deixando, no entanto, de se mutar, por exemplo, em canções pop perfeitas (como Saturday Sun).
A verdade, no entanto, é que Nick Drake passou completamente despercebido enquanto foi vivo - a letra de Fruit Tree (link abaixo) é assustadora(mente bela), em relação a isso.
Os ambientes criados por Drake nas suas músicas mexem com o ouvinte e sugerem-lhe as mais variadas imagens, quase que dispensando a voz. Mas eis que ela aparece, quase sempre como um lamento, desconcertando o que resta de quem ouve - a título meramente exemplificativo, ouça-se River Man ou Day Is Done.
A melancolia e a depressão (Day Is Done), o bucolismo (The Thoughts Of Mary Jane), o romance falhado (Time Has Told Me) e a efemeridade da vida (Fruit Tree) são os estados de espírito dominantes das canções de "Five Leaves Left" - e de Drake, em geral.
O ponto de partida para as canções deste disco é sempre a guitarra acústica de Drake, ao que se lhe juntam o baixo de Danny Thompson, cordas, com arranjos de Robert Kirby, e a excelente percussão de Rocky Dzidzornu - ouça-se Three Hours e Cello Song.
A produção de Joe Boyd completa o quadro, dando um corpo sólido e coerente ao som de Drake.
Sempre relutante em actuar ao vivo, Drake ganhou também aversão a gravar discos depois do minimalismo (mais uma vez) incompreendido de "Pink Moon". Os seus problemas psiquiátricos foram tomando a sua vida por completo, deixando-o hospitalizado por diversas vezes.
Em 25 de Novembro de 1975, Drake morre aos 26 anos, ao que tudo indica devido a uma overdose de anti-depressivos. O mundo perdeu um dos seus compositores mais intrigantes e promissores.
Daí que, profecia-puxa-mito, este "Five Leaves Left" parecia absurdamente premonitor, tendo em conta os 5 anos que restaram entre a sua edição e a morte do "profeta", cumprindo-se, in totum, a profecia de Fruit Tree.
Misticismos à parte, o que realmente interessa dizer é que "Five Leaves Left" contém em si 10 músicas eternas. Ei-las, por ordem e das mais variadas maneiras possíveis:
Time Has Told Me
River Man
Three Hours
Way To Blue
Day Is Done
Cello Song
The Thoughts Of Mary Jane
Man In a Shed
Fruit Tree
Saturday Sun
(letras)
Etiquetas: 10/10, 1969, Five Leaves Left, Nick Drake