Pouco mais de 20 anos depois de "Big Time", Tom Waits volta aos registos ao vivo. Na altura, "Big Time" surge numa altura ideal, sendo, no fundo, a celebração da perfeita triologia "Swordfishtrombones"/"Rain Dogs"/"Frank's Wild Years" (qual deles o melhor?). O marinheiro Frank deu a volta ao mundo e viu-a documentada em disco e em filme.
Em 2008, Tom Waits sai em digressão de uma forma inesperada. O último disco de originais, "Real Gone", é de 2004 e o lançamento do triplo "Orphans: Brawler, Bawlers & Bastards" data de Novembro de 2006. Seria uma digressão de celebração, onde, sem disco específico a promover, se poderia ouvir um pouco de tudo, de uma carreira que teve o seu primeiro disco ("Closing Time") lançado 35 anos antes.
Esta é uma digressão especial aqui para o tasco. Vi os últimos 3 concertos da digressão, em Dublin, numa tenda de circo gigante montada no centro do Phoenix Park. 3 noites memoráveis (qual delas a melhor). Daí que este seja também um disco especial.
Com a disponibilização do concerto no Fox Theatre de Atlanta logo no mês de Julho de 2008 (ligação), percebeu-se esta possibilidade como real. O som era bom, e Tom Waits e a banda estavam numa belíssima forma. As canções apareciam com outros arranjos, mas sempre com o selo de qualidade do homem que traz na sua obra a melhor súmula dos últimos 100 anos de música.
Agora temos aí o registo, com canções gravadas um pouco por todo o lado, entre os Estados Unidos e a Europa. Grandes músicas, algumas um pouco diferentes do que se esperava, um grande performer com momentos de stand-down-at-the-piano comedy. Uma força magnética que prendeu milhares de pessoas durante espectáculos que rondaram, por norma, duas horas e meia, desde o primeiro «Ah-boom!» ao último «obrigado».
E nós, que lá fomos, é que nos sentíamos os únicos obrigados a agradecer.
O segundo disco contém uma faixa de 35 minutos com uma compilação das histórias, inventadas ou reais, que Tom Waits ofereceu às suas plateias. A compra do último ar expirado por Henry Ford - «think about it: how many more are there?» -, a viagem de avião ao centro de malas perdidas, onde tudo pode ser encontrado, incluindo a mala que usara nessa mesma viagem, que se tinha extraviado, entre muitas, muitas outras.
Um disco como estes não é recomendável, é mesmo obrigatório.
Dirt In The Ground
Circus
Tom Waits, "Glitter and Doom Tour Live" (2009)
[Ver ainda:
- Crítica aos concertos de Dublin;
- Setlists dos concertos de Dublin;
- Ambiente no Phoenix Park, antes dos concertos.]
Em 2008, Tom Waits sai em digressão de uma forma inesperada. O último disco de originais, "Real Gone", é de 2004 e o lançamento do triplo "Orphans: Brawler, Bawlers & Bastards" data de Novembro de 2006. Seria uma digressão de celebração, onde, sem disco específico a promover, se poderia ouvir um pouco de tudo, de uma carreira que teve o seu primeiro disco ("Closing Time") lançado 35 anos antes.
Esta é uma digressão especial aqui para o tasco. Vi os últimos 3 concertos da digressão, em Dublin, numa tenda de circo gigante montada no centro do Phoenix Park. 3 noites memoráveis (qual delas a melhor). Daí que este seja também um disco especial.
Com a disponibilização do concerto no Fox Theatre de Atlanta logo no mês de Julho de 2008 (ligação), percebeu-se esta possibilidade como real. O som era bom, e Tom Waits e a banda estavam numa belíssima forma. As canções apareciam com outros arranjos, mas sempre com o selo de qualidade do homem que traz na sua obra a melhor súmula dos últimos 100 anos de música.
Agora temos aí o registo, com canções gravadas um pouco por todo o lado, entre os Estados Unidos e a Europa. Grandes músicas, algumas um pouco diferentes do que se esperava, um grande performer com momentos de stand-down-at-the-piano comedy. Uma força magnética que prendeu milhares de pessoas durante espectáculos que rondaram, por norma, duas horas e meia, desde o primeiro «Ah-boom!» ao último «obrigado».
E nós, que lá fomos, é que nos sentíamos os únicos obrigados a agradecer.
O segundo disco contém uma faixa de 35 minutos com uma compilação das histórias, inventadas ou reais, que Tom Waits ofereceu às suas plateias. A compra do último ar expirado por Henry Ford - «think about it: how many more are there?» -, a viagem de avião ao centro de malas perdidas, onde tudo pode ser encontrado, incluindo a mala que usara nessa mesma viagem, que se tinha extraviado, entre muitas, muitas outras.
Um disco como estes não é recomendável, é mesmo obrigatório.
Dirt In The Ground
Circus
Tom Waits, "Glitter and Doom Tour Live" (2009)
[Ver ainda:
- Crítica aos concertos de Dublin;
- Setlists dos concertos de Dublin;
- Ambiente no Phoenix Park, antes dos concertos.]
Etiquetas: 2008, 2009, Glitter and Doom Live, Glitter and Doom Tour, Novidades, Tom Waits