Ainda em 1973, no mês de Setembro, Springsteen lança o seu segundo disco, "The Wild, The Innocent & The E Street Shuffle". Para mim, um dos melhores do homem. Um disco de poucas, mas grandes músicas.
Para surpresa de muitos que possam não conhecer totalmente a discografia do homem, é um disco onde a 'música negra' (usemos esta denominação grossa para facilitar) tem um grande papel de destaque. Tem muito soul, muito R&B, muito funk. Acaba por se notar muito a influência do excelente pianista jazz David Sancious. Aliás, a banda - que aí ainda não se chamava oficialmente E Street Band - acaba por ficar com o nome da rua onde morava a mãe de Sancious, num dos bairros de New Jersey. Diga-se que Sancious acaba por brilhar um pouco por todo o disco, com especial destaque o solo de órgão de Kitty's Back ou a introdução de antologia New York City Serenade, que acaba o disco.
O feel do disco é muito 'ao vivo' e em algumas alturas os tons são muito jazzy, dando a sensação de termos apanhado algum ensaio gravado da banda. Os temas (7, ao todo) apresentam uma duração média a rondar os 6,5/7 minutos. A presença dos metais é incontornável e o sentimento funk/soul está presente em The E Street Shuffle ou Kitty's Back, enquanto que Rosalita (Come Out Tonight) é a autêntica festa rock n' roll.
Mas não é apenas disto que vive o disco, temos também a balada imortal com inspiração no Van Morrison de "Astral Weeks" (1968) - uma presença que paira sobre algumas partes do disco -, 4th Of July, Asbury Park (Sandy), ou a fabulosa 'folkalhada' de Wild Billy's Circus Story, onde a guitarra e harmónica de Springsteen (creio ser a única aparição da harmónica nos primeiros dois discos de Springsteen, o que também não deixa de ser surpreendente) se juntam ao acórdeão de Danny Federici e à tuba do baixista Garry Tallent para contar a história de uma cambada de personagens 'freak' de um circo em digressão. E temos tudo isto e mais outro tanto na música que acaba o disco, um 'tour de force' de dez minutos, New York City Serenade.
Liricamente, é um disco de histórias dos subúrbios e o rol de personagens, todas elas mais ou menos disfuncionais é impressionantemente extenso: Power Thirteen e sua senhora, Little Angel; a Sandy; Catlong, Kitty, Sally, Big Pretty and Jack Knife; um circo inteiro (o anão, a gorda 'Big Mama', trapezistas, o engolidor de fogo...); o 'Spannish Johnny' e a 'Puerto Rican' Jane; Rosalita e seus pais; Billy e 'Diamond' Jackie, entre outros.
Um belíssimo trabalho, portanto, bem aceite pela crítica, como o anterior, mas, igual que tal, com muito pouco sucesso comercial. Alguns temas serão, com certeza, uma surpresa para quem não conhecer bem a discografia de Springsteen.
Wild Billy's Circus Story
New York City Serenade
Para surpresa de muitos que possam não conhecer totalmente a discografia do homem, é um disco onde a 'música negra' (usemos esta denominação grossa para facilitar) tem um grande papel de destaque. Tem muito soul, muito R&B, muito funk. Acaba por se notar muito a influência do excelente pianista jazz David Sancious. Aliás, a banda - que aí ainda não se chamava oficialmente E Street Band - acaba por ficar com o nome da rua onde morava a mãe de Sancious, num dos bairros de New Jersey. Diga-se que Sancious acaba por brilhar um pouco por todo o disco, com especial destaque o solo de órgão de Kitty's Back ou a introdução de antologia New York City Serenade, que acaba o disco.
O feel do disco é muito 'ao vivo' e em algumas alturas os tons são muito jazzy, dando a sensação de termos apanhado algum ensaio gravado da banda. Os temas (7, ao todo) apresentam uma duração média a rondar os 6,5/7 minutos. A presença dos metais é incontornável e o sentimento funk/soul está presente em The E Street Shuffle ou Kitty's Back, enquanto que Rosalita (Come Out Tonight) é a autêntica festa rock n' roll.
Mas não é apenas disto que vive o disco, temos também a balada imortal com inspiração no Van Morrison de "Astral Weeks" (1968) - uma presença que paira sobre algumas partes do disco -, 4th Of July, Asbury Park (Sandy), ou a fabulosa 'folkalhada' de Wild Billy's Circus Story, onde a guitarra e harmónica de Springsteen (creio ser a única aparição da harmónica nos primeiros dois discos de Springsteen, o que também não deixa de ser surpreendente) se juntam ao acórdeão de Danny Federici e à tuba do baixista Garry Tallent para contar a história de uma cambada de personagens 'freak' de um circo em digressão. E temos tudo isto e mais outro tanto na música que acaba o disco, um 'tour de force' de dez minutos, New York City Serenade.
Liricamente, é um disco de histórias dos subúrbios e o rol de personagens, todas elas mais ou menos disfuncionais é impressionantemente extenso: Power Thirteen e sua senhora, Little Angel; a Sandy; Catlong, Kitty, Sally, Big Pretty and Jack Knife; um circo inteiro (o anão, a gorda 'Big Mama', trapezistas, o engolidor de fogo...); o 'Spannish Johnny' e a 'Puerto Rican' Jane; Rosalita e seus pais; Billy e 'Diamond' Jackie, entre outros.
Um belíssimo trabalho, portanto, bem aceite pela crítica, como o anterior, mas, igual que tal, com muito pouco sucesso comercial. Alguns temas serão, com certeza, uma surpresa para quem não conhecer bem a discografia de Springsteen.
Wild Billy's Circus Story
New York City Serenade
Etiquetas: 1973, Bruce Springsteen, Especial Bruce Springsteen, The E-Street Band, The Wild The Innocent and The E-Street Shuffle
Eh pah tenho de guardar estes posts sobre o Springsteen. A ver se faço isto sem o Word ir abaixo.