Uma das ideias que se tem de Bruce Springsteen, muito querida a qualquer americano - o 'average Joe' -, é a de que ele é "um de nós", um tipo perfeitamente normal, que, se o víssemos e não conhecêssemos, só à 57.ª vez (número caro ao Boss) e com juras ajoelhadas nos convenceríamos detentor de um qualquer talento artístico.
Conhecendo-o, e até às dois, três anos, quando toda a gente voltou a acordar para Springsteen, a ideia era a de um rocker velho, gasto, com músicas de três acordes e algum talento para juntar palavras. As probabilidades de um melómano mais intelectual olhar para Springsteen com admiração, por poca que fosse, eram tão grandes como as do Desportivo das Aves ganhar um campeonato nacional de futebol profissional.
Filho de um motorista de autocarros e de uma bibliotecária, Springsteen nasceu (Long Branch) e cresceu (Freehold) em New Jersey. Adolescência rebelde, relação problemática com um pai austero, que não entendia um tipo de cabelo comprido sempre agarrado a uma guitarra, e com a mania do rock, que queria que ele fosse um advogado (enquanto que a mãe preferia que fosse escritor), que lhe cortou o cabelo na cama de um hospital depois de um acidente de mota, a primeira banda que se conhece de Springsteen são os Castiles, em '65.
Mais tarde, fez parte do 'power trio' Earth, onde ganhou a alcunha que ainda hoje ostenta, The Boss, porque era quem ia receber o cachet e o distribuía pelos outros membros da banda; depois apareceram os Steel Mill, onde conheceu alguns músicos que viriam a fazer parte da E-Street Band, casos do teclista Danny Federici, do baterista Vini 'Mad Dog' Lopez e do 'Soprano' Steve Van Zandt; ainda há o registo de mais umas quantas bandas passageiras, como Dr. Zoom & The Sonic Boom, Sundance Blues Band e The Bruce Springsteen Band (entre '71 e os inícios de '72).
E assim chegamos a 1972, quando Springsteen junta à banda o pianista David L. Sancious e funda a E-Street Band.
Em 3 de Maio e já com o management assegurado por Mike Appel e Jim Cretecos, Springsteen faz uma audição bem sucedida frente a John Hammond (que havia 'descoberto Dylan dez anos antes), nos estúdios da Columbia, em NY, garantindo o seu primeiro contrato discográfico, enquanto continuava a fazer espectáculos, com banda e a solo, pelos bares daquela cidade.
Em baixo fica o registo em vídeo de Growin' Up - uma espécie de caricatura do artista enquanto jovem - desse ano e uma versão ao vivo do mesmo tema, num espectáculo em Cleveland da 'Darkness Tour', de 1978, com os seus característicos monólogos, meio storytelling, meio stand-up comedy, que haviam também de se lhe colar à imagem - para além da duração dos próprios concertos.
Growin' Up, Bruce Springsteen
10.08.1972, no 'Max's Kansas City', NY
Growin' Up - Bruce Springsteen & The E-Street Band
09.08.1978, Agora Theatre, Cleveland.
Conhecendo-o, e até às dois, três anos, quando toda a gente voltou a acordar para Springsteen, a ideia era a de um rocker velho, gasto, com músicas de três acordes e algum talento para juntar palavras. As probabilidades de um melómano mais intelectual olhar para Springsteen com admiração, por poca que fosse, eram tão grandes como as do Desportivo das Aves ganhar um campeonato nacional de futebol profissional.
Filho de um motorista de autocarros e de uma bibliotecária, Springsteen nasceu (Long Branch) e cresceu (Freehold) em New Jersey. Adolescência rebelde, relação problemática com um pai austero, que não entendia um tipo de cabelo comprido sempre agarrado a uma guitarra, e com a mania do rock, que queria que ele fosse um advogado (enquanto que a mãe preferia que fosse escritor), que lhe cortou o cabelo na cama de um hospital depois de um acidente de mota, a primeira banda que se conhece de Springsteen são os Castiles, em '65.
Mais tarde, fez parte do 'power trio' Earth, onde ganhou a alcunha que ainda hoje ostenta, The Boss, porque era quem ia receber o cachet e o distribuía pelos outros membros da banda; depois apareceram os Steel Mill, onde conheceu alguns músicos que viriam a fazer parte da E-Street Band, casos do teclista Danny Federici, do baterista Vini 'Mad Dog' Lopez e do 'Soprano' Steve Van Zandt; ainda há o registo de mais umas quantas bandas passageiras, como Dr. Zoom & The Sonic Boom, Sundance Blues Band e The Bruce Springsteen Band (entre '71 e os inícios de '72).
E assim chegamos a 1972, quando Springsteen junta à banda o pianista David L. Sancious e funda a E-Street Band.
Em 3 de Maio e já com o management assegurado por Mike Appel e Jim Cretecos, Springsteen faz uma audição bem sucedida frente a John Hammond (que havia 'descoberto Dylan dez anos antes), nos estúdios da Columbia, em NY, garantindo o seu primeiro contrato discográfico, enquanto continuava a fazer espectáculos, com banda e a solo, pelos bares daquela cidade.
Em baixo fica o registo em vídeo de Growin' Up - uma espécie de caricatura do artista enquanto jovem - desse ano e uma versão ao vivo do mesmo tema, num espectáculo em Cleveland da 'Darkness Tour', de 1978, com os seus característicos monólogos, meio storytelling, meio stand-up comedy, que haviam também de se lhe colar à imagem - para além da duração dos próprios concertos.
Growin' Up, Bruce Springsteen
10.08.1972, no 'Max's Kansas City', NY
Growin' Up - Bruce Springsteen & The E-Street Band
09.08.1978, Agora Theatre, Cleveland.
Etiquetas: 1972, 1978, Bruce Springsteen, Especial Bruce Springsteen, Growin' Up, The E-Street Band
O Bruce é só "o" maior.