Uma música começa sempre com uma ideia, seja um riff de piano ou guitarra (ou qualquer outro instrumento), uma sucessão de acordes, uma frase musical ou gramatical, uma batida, um som percussivo - seja o que for -, que alavanque o espírito a especular sonoramente, até chegar a uma peça musical, chame-se-lhe canção, cantata, partita ou suite, toccata, sinfonia, concerto, ópera, enfim...
Por vezes, não se chama "ideia" a essa alavanca, mas antes um bem mais pomposo "conceito".
E acho que é um conceito (ou, se preferirem, um anti-conceito) aquilo de que se pode falar na peça 4'33'', de John Cage.
4'33'' é uma peça musical de 274 segundos exactos (os tais 4'33''), com três andamentos preenchidos com... silêncio.
A sua primeira performance foi ao piano, por David Tudor, em 1952 (não muito bem recebida pelas pessoas de Woodstock, NY, onde foi apresentada), mas é uma peça para todo e qualquer instrumento.
Trago-vos aquela que é, provavelmente, a performance mais impressionante da peça. É de Janeiro de 2004, num concerto de homenagem a John Cage, e é "tocada" pela BBC Simphony Orchestra, ou seja, por uma orquestra completa, com dezenas de músicos.
Engraçado é o facto de maestro, músicos da orquestra e até o público respeitarem religiosamente os andamentos - aproveitando para, por exemplo, tossir, entre os referidos.
Para mais informação sobre esta 4'33'', leiam o muito interessante artigo da Wikipedia sobre a mesma.
Por vezes, não se chama "ideia" a essa alavanca, mas antes um bem mais pomposo "conceito".
E acho que é um conceito (ou, se preferirem, um anti-conceito) aquilo de que se pode falar na peça 4'33'', de John Cage.
4'33'' é uma peça musical de 274 segundos exactos (os tais 4'33''), com três andamentos preenchidos com... silêncio.
A sua primeira performance foi ao piano, por David Tudor, em 1952 (não muito bem recebida pelas pessoas de Woodstock, NY, onde foi apresentada), mas é uma peça para todo e qualquer instrumento.
Trago-vos aquela que é, provavelmente, a performance mais impressionante da peça. É de Janeiro de 2004, num concerto de homenagem a John Cage, e é "tocada" pela BBC Simphony Orchestra, ou seja, por uma orquestra completa, com dezenas de músicos.
Engraçado é o facto de maestro, músicos da orquestra e até o público respeitarem religiosamente os andamentos - aproveitando para, por exemplo, tossir, entre os referidos.
Para mais informação sobre esta 4'33'', leiam o muito interessante artigo da Wikipedia sobre a mesma.
Os The Balliols têm uma cover do 4'33'' muito interessante. Sobretudo porque é uma versão "radio friendly" da música: demora 2'165'', precisamente metade da original. Vale a pena ouvir em www.myspace.com/theballiols. Curiosamente, preparava-me para postar algo sobre Cage, hoje mesmo...
Abraço.